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Educação, comércio, indústria, determinação. (parte 1)


Félix Miranda 72 anos e esbanjando saúde e bem estar, recebeu o Marabá News nas instalações da Rede TV e nos deu alguns relances de sua visão sobre vários assuntos da cidade onde ele nasceu, cresceu e ajudou a desenvolver. Devido a entrevista ser longa vamos publicá-la por partes pois julgamos bastante proveitosa publicá-la por completa e nas próprias palavras do entrevistado.


"Sempre tive uma vida pública muito transparente, nasci em Marabá, cresci no Bairro Cabelo Seco, com toda a família, tendo saído somente para estudar, fui presidente da ACIM por dois mandatos e presidente do SINDICOM também por dois mandatos quando, desenvolvemos uma grane luta pelo município que foi quando surgiu o Polo siderúrgico do ferro gusa em Marabá e já víamos ali que a cobrança pelo reflorestamento e o carvão legal seria muito grande.


Pará: "grande mas pobre"

E eu sempre disse que o Pará, apesar de nós sermos um dos Estados mais ricos do Brasil, pois a maior reserva mineral do país está aqui, mas em compensação temos umas das populações mais pobres que perde apenas para a do Maranhão, por que a riqueza que é produzida no estado não é deixada no estado. A lei Kandir matou o estado, e porque? uma empresa como a Vale tira o minério e não paga imposto nenhum. Deveria ser assim: só damos isenção para quem fizer a siderúrgica e quem beneficiar, quem industrializar, criar novos impostos, novos setores e novos empregos. E nós apesar de sermos o polo mineral da região a única siderúrgica que temos até agora e com muito aperto é somente a SINOBRÁS.


Tivemos, depois de um aperto na Vale, e eu sei por que eu estive com o presidente da Vale, foi quando Ana Júlia e o Presidente Lula estiveram lançando a pedra fundamental do que então seria a ALPA em Marabá, hoje sabemos que ALPA foi implantada no Ceará.


Incentivo fiscal e Kandir

Sobre lei de incentivo fiscal deve ser dada para quem industrializa, para quem gera outros impostos e não pra quem tira o minério bruto e deixa aí somente os problemas ambientais. kandir era um economista de São Paulo e esse Estado teve um problema que quase ficou quebrado, na época faliu a VASP que era uma companhia aérea e também o BANESPA que era o banco de São Paulo, tava tudo quebrado então eles criaram na época essa lei e aprovaram na Câmara como forma de proteger a indústria de São Paulo e eles criaram essa lei para que não houvesse competição com a indústria de São Paulo que estava passando por crises.


Postura para haver mudança

Quantas Siderúrgicas tivemos em Marabá? acho que 11, hoje temos 2. Acredito que o governo do Estado afrouxou muito pra Vale, se você representa o povo do Pará e não aperta, quem vai apertar? Só se for o povo se reunindo de consciência (que nós não temos ainda), e chegar e dizer: ou vem ou aqui não passa mais nada!

Porque se você estudar bem as coisas ninguém consegue nada de graça, todas as reformas feitas para beneficiar a população foram feitas na base da pressão, então eu acho que Marabá pode se organizar mais e cobrar mais, esse projeto siderúrgico entre Sinobrás e Vale por exemplo vai atrair outras indústrias, temos aqui também Mercúrio Correias.


Estado de Carajás

Acho o Pará muito grande, com dimensão maior que alguns países, mas há uma questão da criação do Estado de Carajás e Tapajós que tem muito a ver com o abandono que a região tem , por que se a região tivesse estrada boa, saúde de qualidade, fossem amparadas, o Estado fazendo seu papel, as pessoas pouco falariam disso. Além de que Carajás e Tapajós não saiu, não deram certo, porque são a região mais rica do Pará e hoje não se fala mais da divisão do Estado pois tem muito interesse político por trás."


Continua...


por Gaspar Henrique

 
 
 

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